"A arte é o espelho da pátria. O país que não preserva seus valores culturais
jamais verá a imagem da sua própria alma."
É com essa frase do compositor Chopin que João Cândido Portinari,
costuma traduzir a importância da iniciativa a que vem se dedicando
nos últimos 30 anos, o projeto Portinari.
Mais do que reunir a obra completa de seu pai, expoente da arte modernista nacional,
João Cândido quer com o projeto permitir ao Brasil enxergar a si mesmo.
Considerado o maior pintor brasileiro contemporâneo,
até 1980 não se sabia o paradeiro da maioria das obras de Portinari,
nunca havia sido feita exposição retrospectiva
e toda a bibliografia a seu respeito estava esgotada.
Em 2004, após organizar esse acervo, lançou em cinco volumes
o catálogo Raisonné de Portinari,
a maior reunião já feita sobre um artista latino-americano.
Para se ter uma idéia de sua importância,
foi com um exemplar do Raisonné de Portinari
que o então presidente Lula presenteou, em 2007,
o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, na abertura da Assembleia Geral.
Aí entra em cena o acervo digital,
que além de tornar toda a obra disponível ao grande público
ainda permitirá guardar os registros pelo maior tempo possível.
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Em 2011, pude ver bem de perto esses painéis de Portinari aqui
no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
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O Teatro Municipal foi escolhido para a primeira exposição porque foi o local onde Portinari mostrou a obra pela primeira vez ao público brasileiro, em 1956, antes de sua instalação no hall de entrada da Assembleia Geral das Nações Unidas no ano seguinte.
Os painéis foram encomendados em 1952 pelo Governo brasileiro como um presente para a sede da ONU em Nova York, e foram classificados pelo então secretário-geral da organização, o sueco Dag Hammarskjöld, como "a mais importante obra de arte monumental" doada às Nações Unidas.
Os painéis foram encomendados em 1952 pelo Governo brasileiro como um presente para a sede da ONU em Nova York, e foram classificados pelo então secretário-geral da organização, o sueco Dag Hammarskjöld, como "a mais importante obra de arte monumental" doada às Nações Unidas.
Guerra e Paz são dois painéis de aproximadamente 14 por 10 metros cada, pintados a óleo sobre madeira compensada naval. Enquanto um representa todos os males e horrores da guerra, o segundo representa uma visão éterea e esperançosa dos tempos de paz, criando um expressivo contraste.